Historia de minha vida.
A minha relação com a minha sexualidade começou mais ou menos quando eu tinha uns 3 anos de idade. Devido a inocência pertinente à idade, ao se deparar com o amiguinho peladinho, este me surpreendeu ao perceber que meu corpo era bem diferente do dele, e que eu não tinha “pipi”.
Quando estávamos explorando nossos corpos a procura do meu “pipi”, minha mãe chegou e acabou como nossas descobertas.
Enquanto apanhava de minha mãe, ela dizia que a minha “coisa” não era para mostrar para ninguém e muito menos por a mão ou deixar que outra pessoa a colocasse. Isso era pecado, coisa de gente sem vergonha, safada, entre outras expressões preconceituosas.
Por um bom tempo, achei que deveria agir como os meninos para que o meu “pipi” crescesse.
Aos 4 anos fui tomar banho com uma amiga na casa dela, e fiquei surpresa ao perceber que seu pipi também não cresceu. Ela riu e me disse que nós meninas não tínhamos “pipi” nós tínhamos “perereca”.
Devido a separação de meus pais e ao fato de eu ter uma irmã com problemas mentais desde os 6 anos já me era delegado muita responsabilidade como levar minha irmã ao tratamento com psicólogas no HC, ir ao banco pagar contas. Isso me diferenciava muito das crianças de minha idade , elas ficavam muito espantadas e curiosa ao saber que eu iria ao centro da cidade, sozinha e de ônibus.
Quando estava com mais ou menos 9 anos comecei a “namorar” o irmão dela.
Numa das “brincas” que fizemos, saiu nosso primeiro beijo. Tempo depois recebi um convite inesperado: - Vamos fazer sexo?
Como não sabia exatamente o que era isso, aceitei. Começamos com o beijo e ele logo veio com a mão na minha “perereca”.
Nesse momento, surgiu minha mãe em meus pensamentos dizendo que isso não podia ser feito, e que se sexo era isso, então eu não poderia fazer. Meu “namoro” acabou ali.
Um dia, ao folhear revistas numa banca de jornal olhei a revista Caricia e lá estava a reportagem – “Sexo será que o namorado muda depois que você fizer amor?”. A reportagem dizia que corríamos grande risco se nos entregássemos ao namorado caso ele quisesse apenas fazer sexo , que varias meninas já tinham se entregado e perdido o namorado. – fiquei orgulhosa de mim por não ter feito sexo. A partir daí virou uma espécie de compulsão: tudo que havia sobre sexo eu comprava. Fiquei sabendo que existia até a profissão de Sexóloga.Passei a assistir o programa TV mulher todas as manhãs só para ver a Marta Suplicy dizendo que as mulheres tinham que se soltar.Li alguns livros dela, e me julgava a própria Marta aos 10 anos de idade.
Lia escondido as revistas “pornôs” do meu irmão e gostava de assistir filmes mais ousados na TV. Num desses filmes, vi uma coisa que me encheu os olhos: um Strip Tease. Achava excitante dançar e tirar a roupa.
Passei a dar consultoria sexual para as minhas amigas e algumas vezes, até para os meninos. Julgava entender tudo sobre o assunto, participava do grêmio da escola e já falava sobre camisinha, anticoncepcional, DST, etc. Sentia-me poderosa como só, contudo, eu mesma ainda não conseguia tocar a minha genitália.
Aos 13 anos, conheci meu atual marido, e só após 2 anos de namoro, tive a minha primeira experiência sexual. Mesmo tomando anticoncepcional com indicação médica, acabei seguindo os conselhos de uma amiga, e por ter esquecido de tomar num determinado dia, tomei 2 comprimidos no dia seguinte.
Para meu desespero engravidei da 1 vez que transei. Meu mundo desabou. Eu, a senhora “sabe tudo de sexo”, que fazia palestra de apresentação na escola sobre camisinha e anticoncepcional, estava grávida. Não tive coragem de voltar na escola. Fui estudar em outra escola onde ninguém sabia, que eu era a “menina sexóloga”, como me chamavam. Joguei todas as minhas revistas fora inclusive os livros da Marta Suplicy.
Casei, e agora com um filho, a responsabilidade pesada para uma menina de 16 anos.
O sexo era bom, mas eu já não gozava como antes e colocava a culpa em meu marido, por que eu sabia tudo sobre sexo, e ele não.
Um dia descobri que meu marido foi em uma dessas Boates de Strip. Fiquei arrasada, mas a “menina sabe tudo” tinha que fazer alguma coisa. Lembrei quando dançava sensualmente, montei minha coreografia e fiz um show . Ele amou, mas a cobrança em cima dele duplicou: agora eu era uma stripper. Quem é que tinha uma mulher assim?
Voltei a devorar todos os livros e revistas que falavam sobre sexo.
Depois de 6 anos de casada tivemos uma discussão devido a essa cobrança. Aquilo acabou comigo. Mais uma vez saber “tudo” sobre sexo me atrapalhou.
Em uma de minhas visitas ao sebo descobri o livro “O vinculo do Prazer” de Master e Johnson,onde se fala sobre responsabilidade sexual, e que o prazer no ato sexual pertence a uma só pessoa: a nós mesmos. Passei a criar técnicas para me descobrir , comecei a ler livros de auto-ajuda, auto-estima e livros mais técnicos sobre sexologia. Abandonei revistas com artigos vazios e cheios de ilusões.
Aos 23 anos resolvi me conhecer. Foi assim que me masturbei pela primeira vez.
4 meses depois da separação, liguei para o meu ex-futuro marido na época e marquei um jantar com o pretexto de conversarmos sobre o nosso filho. Levei meu filho para a casa de minha mãe. Fantasiei-me de governanta e recepcionei-o com uma bandeja na mão, cheia de camisinhas variadas. Eu apenas lhe disse: - Sr. Julio, a Dona Catia não está, e ela me pediu para servir o jantar. O Sr vai querer que sirvo o jantar ou o Sr vai querer primeiro a sobremesa?
Foi a primeira vez na minha vida que fiz sexo como algo a ser desfrutado pelos dois. Não me preocupei em gozar e gozei como nunca. Voltamos.
Conheci assim em 1993, o mundo dos “sex shop”. Passei a comprar e revender produtos eróticos com o slogan “Kit´s Love produtos eróticos até você”.
Continuei fazendo Strip Tease para meu marido, desenvolvi jeitos de se usar fantasias e uma massagem erótica muito boa.
Trabalhando com o fisioterapeuta Dr. Paulo de Tarso, especialista em fisioterapia urológica, tive acesso aos exercícios criados pelo Dr. Arnold Kegel, e que trabalham a região pélvica. Foi quando, ao estudar sua biografia e seu trabalho, o Pompoarismo surgiu em minha vida.
Pesquisando sobre o pompoarismo, descobri a história do “Kama Sutra”e o “O Sexo Tântrico”.
Em 2003, Conheci uma vendedora de lingerie Ana Rita, hoje somos grandes amigas comprava sempre as ligerie mas sexy, e ela acbaou me confidenciando que poucas mulheres compravam os tipos de lingerie que eu gostava e que a grande maioria tinha alguns bloqueios sexuais que as impediam de comprar algo mais ousado e muitas vezes a Ana me pedia algumas dicas. Foi onde a Ana, acabou me incentivando a dar cursos sobre sexualidade para mulheres. E, em fevereiro de 2004 apliquei o meu primeiro curso. Comecei falando sobre auto-estima e em seguida, ensinei a fazer a massagem.
Atualmente trabalho apenas com cursos e palestras e cada vez, estou gostando mais do que eu faço.
Ual, flor! Que história interessante! Nossa! Sabe que eu tb vendo lingerie e identifiquei já os bloqueios... rsrsrs... Amiga! Temos muito trabalho pela frente! Mãos a obra! Rsrsrs... Beijos!
ResponderExcluirwww.adeusaalquimica.blogspot.com